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Como a vida online afeta sua posição no mercado de trabalho

De alguns anos para cá a comunicação nas redes sociais se tornou ainda mais entrelaçada com o nosso dia a dia, e hoje as interações no mundo online são consideradas tão “vida real” quanto as ações realizadas pessoalmente

De alguns anos para cá a comunicação nas redes sociais se tornou ainda mais entrelaçada com o nosso dia a dia, e hoje as interações no mundo online são consideradas tão “vida real” quanto as ações realizadas pessoalmente. Isso se reflete em todos os tipos de relacionamentos pessoais, inclusive aqueles vinculados ao trabalho.

Como lembra Fabiana Teixeira, especialista em comunicação empresarial e branding, “houve um tempo em que a rede social era tratada como uma área à parte, que parecia não ter consequências no mundo ‘real'”. “Mas hoje ela é uma das partes mais importantes de conexão no mundo do trabalho, e é através do online que se formam muitas oportunidades, como clientes, empregos, investimentos e parcerias. E tudo isso cai numa pergunta: como você se comunica para o mundo?”, questiona.

A especialista pontua que têm viralizado na internet, por exemplo, muitos casos em que profissionais são eliminados de processos seletivos por causa de seus perfis nas redes sociais, ou até foram demitidos por justa causa quando são ofensivos com a empresa ou o empregador em postagens na internet. “Todos temos liberdade de expressão, mas isso não significa que estamos isentos de suas consequências. Da mesma maneira que certas coisas não devem ser faladas no ambiente de trabalho, também não devem ser gritadas em praça pública, o equivalente de um post público”, ressalta Teixeira.

Segundo ela, uma das maiores dificuldades que encontra em suas mentorias é a de criar uma sintonia entre a persona online e offline, já que elas devem, no final das contas, representar o mesmo indivíduo. E essa linha tênue pode variar de pessoa para pessoa.

“Um exemplo: para um, pode ser fácil ser amigável e atrativo quando se tem tempo para escrever uma resposta e fazer estratégia de mídia, mas frente a frente ele é tímido e não se comunica. Para outro, pessoalmente é uma pessoa extremamente cativante e educada, mas nas suas redes é ofensiva ou hostil. Essa discrepância pode causar perdas de oportunidade para os dois perfis profissionais”, explica, salientando que, hoje em dia, deve-se ter em mente que recrutadores e departamentos de RH estão sempre de olho nas redes.

Apesar disso, a especialista pontua que também não se deve perder a personalidade ou senso de humor e se tornar robótico. “Até porque todo mundo sabe que ninguém é assim realmente, e fica nítida a fachada. Às vezes, na intenção de se tornar atrativa ao mercado, a pessoa fica igual a todos, muito comum no LinkedIn ou Instagram, por exemplo. A mesma aparência, mesmas hashtags, mesmos emojis, e você pode acabar passando meio ‘batido'”, avalia Teixeira.

“Não é ruim ser diferente. É nas nossas diferenças que nos destacamos para o mundo e fazemos conexões reais, saímos daquele efeito manada que estaca a criatividade. É apenas necessário que esta expressão não seja feita de maneira grosseira”, esclarece.

Teixeira ainda levanta um contraponto sobre o tema: o recrutador ou RH também deve, por sua vez, reconhecer que as pessoas têm diferentes maneiras de se comunicar: “Você pode ser um comunicador amigável, que conversa com todos, ou pode ser analítico, que é introvertido, mais sério. Mas dentro desses parâmetros que formam nossa personalidade, é necessário se comunicar bem, mesmo que não igual a todos. Comunicação é prática, e é possível melhorar dentro das nossas limitações naturais”.

De acordo com a especialista, seu posicionamento e sua imagem não são apenas aquilo que se faz ou se diz, mas um conjunto dos dois, e como você entrega sua verdade. “E hoje em dia, nesse conjunto que forma você, é inclusa a vida dentro e fora das redes. Por isso, vale fazer uma autoanálise de onde se pode melhorar e praticar a comunicação para que essas vidas se alinhem”, conclui.

Redação Administradores

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