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Gestão inteligente de energia ganha espaço nos negócios das empresas
Ao gerir o recurso da forma correta, companhias conseguem aumentar o tempo de vida de aparelhos conectados, garantir maior segurança para os usuários e diminuir custos
Ao gerir o recurso da forma correta, companhias conseguem aumentar o tempo de vida de aparelhos conectados, garantir maior segurança para os usuários e diminuir custos
O Brasil tem fortalecido sua oferta interna de energia. Em 2021, o total de energia disponibilizada no país atingiu 301,5 megatoneladas equivalentes de petróleo (Mtep), o que representa um avanço de 4,5% em relação ao ano anterior. Os dados são do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2022, feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Em relação às fontes renováveis, de acordo com o Balanço Energético de 2021 do Ministério de Minas e Energia (MME), o país tem tido destaque mundial. A utilização desses recursos se divide em 15,2% para fontes primárias e 84,8% para a geração de eletricidade — composta por hídrica (65,2%), biomassa (9,1%), eólica (8,8%) e solar (1,7%).
“Com o aumento da oferta interna, surge a crescente necessidade de uma gestão inteligente da eletricidade, conceito no qual é possível continuar com o progresso proporcionado por ela, sem impactar negativamente o meio ambiente”, diz Júlio Martins, vice-presidente de Power Products, Power Systems e Digital Energy da Schneider Electric Brasil.
Além disso, segundo o executivo, há diversos ganhos não só para as empresas, mas para instituições públicas e residências. Ele explica que, ao gerir o recurso da forma correta, elas proporcionam maior tempo de vida dos aparelhos conectados, maior segurança para os usuários/operadores, economia de custos com eletricidade e precisão das informações.
Mas, mesmo que o Brasil esteja inserido em um contexto tão positivo para o segmento, ainda há desafios a serem vencidos, os principais são a automação e a digitização dos ativos. “Para as companhias que querem melhorar essa questão, há algumas estratégias que podem ser adotadas. Esses passos potencializam o uso da energia e ajudam no desempenho dos negócios”, afirma.
1) Dados em tempo real
Além de beneficiar inúmeras outras áreas, investir em automação é um passo fundamental para trabalhar de maneira mais assertiva a questão da energia. Segundo Martins, é possível, por exemplo, utilizar softwares que recolham dados em tempo real e analisem quais dispositivos estão consumindo mais eletricidade (por perdas ou fugas), quais tiveram algum problema no funcionamento e por quanto tempo isso ocorreu, desgaste e necessidade de manutenção preventiva ou corretiva entre outros fatores.
“Isso faz com que as companhias conheçam melhor o próprio negócio, o que permite determinar a ordem de prioridade em relação a novos investimentos em sua jornada de transformação digital, e ganho de eficiência energética. Evitando, assim, gastos iniciais desnecessários ou a tomada de decisão de maneira impulsiva.”
2) Mercado livre de energia
Para as companhias que ainda têm um longo caminho no quesito eficiência energética/sustentabilidade, o executivo explica que é essencial compreender que o mercado já disponibiliza diversas opções – de produtos ou serviços – que podem atender a todo tipo de necessidade. “A principal solução, que vem ganhando cada vez mais força, é o mercado livre de energia, ou Power Purchase Agreements (PPA)”, diz.
Nesse tópico, segundo ele, as próprias companhias podem produzir sua energia (de fontes renováveis) para consumo próprio e até mesmo comercializar o excedente, a isso se chama de “Prosumers”, ou seja, usuários que hora são consumidores e outra hora são produtores de energia. O diretor afirma que, além de diminuir a dependência de um único fornecedor, essa opção traz maior autonomia e economia.
3) Métricas e sustentabilidade
Com a obtenção de dados em tempo real por meio da digitalização dos ativos, de acordo com Martins, cria-se uma linha base pela qual é possível que a empresa compreenda em qual momento de negócios ela está. Ele explica que isso é fundamental para que, a partir daí, ela possa traçar metas que reflitam os esforços para uma performance mais sustentável.
“Além disso, uma melhor gestão do uso de recursos cada vez mais escassos e caros, como a energia elétrica, é um esforço em direção à sustentabilidade do planeta. E isso está mais próximo da nossa capacidade de intervir e de participar de toda essa jornada do que podemos imaginar.”