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Na média, aplicação vem oferecendo mais que o CDI
Com o juro em queda, os fundos imobiliários que distribuem rendimentos com regularidade viraram febre entre os investidores pessoas físicas
Com o juro em queda, os fundos imobiliários que distribuem rendimentos com regularidade viraram febre entre os investidores pessoas físicas. Além do retorno com dividendos atraente - 0,73%, na média, em novembro, segundo levantamento da consultoria Fundo Imobiliário, ante 0,54% do CDI -, esse ganho é isento de Imposto de Renda para a pessoa física desde que o fundo seja negociado em bolsa, tenha mais de 50 cotistas e a pessoa não concentre mais 10% das cotas.
Só em novembro, mês que concentrou a oferta de R$ 1,6 bilhão do fundo BB Progressivo II, o número de investidores alcançou 96.231 (99% são pessoas físicas), um aumento de 64,6% em relação a outubro. Só a operação atraiu 46.373 pessoas físicas, que absorveram 82% do volume total. No acumulado do ano, o número de investidores em fundos imobiliários saltou 172%.
Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), só as ofertas registradas neste ano até novembro somam R$ 13,6 bilhões, volume que já supera em quase 80% o total registrado em todo o ano passado, e o maior da história do setor. Em análise, há mais R$ 2 bilhões em operações.
O aumento de novas ofertas mexeu também com o mercado secundário, já que muitos investidores aproveitaram o momento para realizar lucros e trocar de fundo. Neste ano, até novembro, foram negociados R$ 2,7 bilhões em cotas de fundos imobiliários na bolsa, um crescimento de quase três vezes em relação a 2011. Novembro, mais uma vez, foi recorde de negociação, com R$ 452 milhões.
Vale lembrar que o fundo BB Progressivo II só começou a ser negociado ontem, o que deve impulsionar as transações neste mês - como a demanda superou em 12 vezes a oferta, foi aplicado um rateio de 10% aos pedidos de reserva. Por volta das 16 horas, o fundo já tinha registrado mais 17 mil negócios e era cotado a R$ 118,50, com alta de 18,50%, depois de subir mais de 20% pela manhã.
A carteira tem como objetivo comprar cerca de 60 imóveis do Banco do Brasil, e projeta uma distribuição de 8,5% anuais sobre o preço inicial de R$ 100 provenientes da receita de aluguel, que será corrigida anualmente pelo IPCA. As condições foram bem recebidas pelos investidores, que responderam com forte demanda.
"Os números de mercado mostram que o ano foi de consolidação do fundo imobiliário como alternativa de investimento", afirma André Freitas, responsável pela gestão dos fundos imobiliários da Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG). Segundo ele, hoje é possível dizer que esse mercado tem volume e liquidez. Mas assim como nos segmentos de bolsa e crédito, seletividade é o nome do jogo.