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Até 2020, 55% dos empregos existentes hoje serão extintos

Nova economia, com base na inovação tecnológica, vai mudar o atual mercado de trabalho

A economia vive hoje momentos não só de crise, mas de transformações profundas, que vão impactar diretamente a vida da população. E isso, em muito pouco tempo. Até o ano de 2020, cerca de 55% dos empregos existentes hoje no mundo serão extintos, segundo garantiu o professor de cultura digital na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Gil Giardelli, especialista em “robô sapiens” e inovação radical pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. O dado, segundo ele, vem de estudos do governo norte-americano.

Os primeiros passos da mudança para a economia colaborativa ou criativa já estão sendo dados, e em grande velocidade, cujo efeito é a “disruptura”. Empresas pequenas, criadas por grupo restritos de pessoas, em que prevalecem a criatividade e o foco na inovação, abocanham bilhões de dólares e tiram o sono de firmas ou práticas tradicionais já estabelecidas. É assim que uma start-up como o Uber, o polêmico aplicativo de transporte de passageiros, tirou espaço dos táxis e ganhou a preferência do público em várias partes do mundo. Outro exemplo é a Airbnb, maior provedor de acomodações do mundo, que está superando o mercado hoteleiro.

A boa notícia, segundo o especialista, é que para cada emprego “comum” perdido, outros três serão criados com a “explosão da inovação”. O novo profissional terá de se reinventar e se qualificar para não cair no desemprego tecnológico. E isso está acontecendo em todas as áreas da economia.

“Hoje, 25% das empresas que lideram seus segmentos nasceram depois dos anos 2000”, afirmou Giardelli. Segundo ele, 52% dos maiores CEOs (diretores executivos) do mundo disseram que temem que os negócios sejam prejudicados pela ruptura digital. Os outros 48% ainda não entenderam o que significa isso. “É uma nova era do trabalho, em que, em primeiro lugar, vêm os empregados, e depois os consumidores; um lugar onde você vai trabalhar sem precisar ir a um escritório, sem espaço ou tempo determinado”, explicou.

Para o consultor de inovação e estrategista de negócios Diego Remus, a mudança na economia está em ritmo acelerado e não tem mais volta. “Hoje, já são em torno de 100 milhões de brasileiros buscando informações, comprando e vendendo. E a internet está na palma da mão. Não existe como frear isso – nem juridicamente, nem no comportamento, nem em termos de infraestrutura. Quem considera isso uma guerra já perdeu. Quem já entendeu isso já voltou a ganhar dinheiro”, defendeu.

“Vejo um futuro em que as pessoas, em vez de estarem trancadas num escritório, estarão convivendo em praças públicas”, concluiu Giardelli.

Processo será mais lento no Brasil, onde falta qualificação

Um trabalhador com alto risco de substituição não perderá, necessariamente, o emprego, garantem especialistas. No Brasil, por exemplo, onde as desigualdades social e econômica ainda são enormes – e o país é carente de formação e qualificação –, muitas das profissões que correm risco de serem extintas num futuro próximo em países mais desenvolvidos ainda devem sobreviver por mais algumas décadas aqui.

“É muito cedo para falar se o emprego vai acabar, mas uma coisa é certa: hoje existem muitas formas de ser autônomo, independente, ou consultor, colaborador externo. Então, para que ficar brigando com medo de que realmente acabe?”, disse o consultor de inovação e estrategista de negócios Diego Hemus. Ele acredita que os trabalhadores do futuro devem exercitar a parceria com as máquinas, em vez de enfrentá-las.

Bem-sucedida
Investimento. Em março deste ano, a Rock Content recebeu um aporte de R$ 6 milhões dos investidores e.Bricks e Digital News Ventures. A start-up de marketing de conteúdo tem hoje 500 clientes.

Estrutura.Com 65 funcionários, a empresa criada em 2013 usa o capital para desenvolver novas linhas de negócios.

Clientes. A expectativa é fechar o ano com mil clientes e, para o ano que vem, expandir para outros países da América Latina.

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